Cirurgia de Coluna
Através da história cirúrgica moderna, há uma tendência em direção às técnicas que se utilizam de exposição cirúrgica limitada e diminuição da remoção de tecido e trauma local, logo reduzindo o risco de complicações pós-operatórias.
O uso de um endoscópio para exploração cirúrgica e tratamento data de 1806, quando Bozzini usou-o para explorar o interior de cavidades do corpo humano. Desde então, o endoscópio foi refinado e aplicado com sucesso na cirurgia videolaparoscópica na década de 80 do século passado. Contudo, a adoção do endoscópio por cirurgiões ortopédicos para explorar articulações (artroscopia) sedimentou o caminho para cirurgiões de coluna. Em 1991, Obenchain relatou um caso de retirada do disco lombar entre L5-S1 (entre a coluna lombar e o sacro) para tratamento de uma hérnia discal lombar.
Desde o relato da retirada de um disco torácico herniado nos anos de 1920, vários autores publicaram complicações cirúrgicas relacionadas à medula causada por manipulação excessiva do tecido nervoso em regiões acima da estrutura chamada cauda equina (reunião de raízes lombosacrais que tem origem ao nível da primeira vértebra lombar na coluna vertebral).
À luz de tais resultados, cirurgiões desenvolveram novas abordagens alternativas da coluna vertebral para o tratamento de hérnias discais. Em função disto, a cirurgia de coluna por toracoscopia foi revelada no início dos anos 90 na Europa e EUA.
O desenvolvimento de afastadores musculares, usando retratores tubulares, tornou-se a pedra fundamental na evolução da cirurgia minimamente invasiva de coluna. Inicialmente estes sistemas foram usados com uma câmera microendoscópica para visualizar a coluna.
O uso do intensificador de imagens ou fluoroscópio (aparelho de raio x em tempo real e imagem instantânea), proporcionou grande ajuda a esta inovação cirúrgica.
As técnicas atuais enfatizam a cuidadosa dissecção de partes moles, boa iluminação, e localização precisa do nível acometido para tratamento de hérnias discais cervicais, torácica e lombares. Como em todas as áreas da cirurgia, a tendência é se distanciar da cirurgia aberta convencional com incisões que danificam a musculatura local em direção ao uso de incisões menores, resultando em trauma mínimo local.