Alongamento e Reconstrução Óssea
Na década de 1950, o médico russo Gavril Abramovich Ilizarov descobriu que o tecido ósseo teria capacidade de se alongar. Ilizarov mostrava que quando se realizava um corte em um osso e se estabelecia um espaçamento gradual e progressivo das duas partes, osso novo era formado. Ou seja, pegando-se um osso curto e o separando em duas partes, de forma controlada, temos no final um osso mais comprido, igual a um osso normal.
Para isso, o aparelho Ilizarov desenvolveu um aparelho de aço composto por anéis interligados por barras com rosca. Na cirurgia, o aparelho é colocado e a osteotomia realizada. Após um determinado período, inicia- se a separação dos fragmentos (aproximadamente 1mm/dia) até o objetivo. Após este período inicial, esperamos que o osso novo formado tenha as mesmas características de um osso normal. Tempo esse que é em média três vezes maior que o tempo de alongamento ósseo.
Existem, atualmente, vários tipos de métodos e fixadores externos para realizar o alongamento ósseo. Aparelhos monolaterais: com a mesma função dos aparelhos circulares, sendo assim mais leves, menos volumosos e de manuseio mais simples. Alongamento ósseo sob haste: colocamos uma haste dentro do osso do paciente e seguimos os demais passos da cirurgia tradicional, com a colocação do fixador ao redor da haste.
Com isso, reduzimos o tempo de uso de fixador em pelo menos 30%, além de dar uma proteção maior ao novo osso formado. Com o, porém deste método não poder ser utilizado em crianças ou em encurtamento associado à uma deformidade severa. Hastes dinâmicas: é o que há de mais moderno em alongamento ósseo. Com estes sistemas é possível se alongar um osso dispensando o uso de um fixador externo. Porém tem alto custo e ainda são pouco disponíveis no Brasil.
Autor: Dr. Fernando Barros