Joelho do corredor (síndrome do atrito iliotibial)
Joelho do corredor ou síndrome do atrito iliotibial é uma inflamação que acomete a face lateral do joelho, muito comum em corredores iniciantes ou aqueles que treinam excessivamente. Queixa freqüente nos consultórios da especialidade esportiva.
O trato iliotibial se origina na pelve, atravessa as articulações do quadril e joelho e insere-se na face lateral da tíbia (osso da perna), em saliência óssea denominada tubérculo de Gerdy.
É uma fibrosa e tensa estrutura que auxilia a estabilização articular, sendo ao mesmo tempo protetora dos músculos da coxa.
Ao passar pelo joelho o atrito desta estrutura com a face lateral do epicôndilo, (saliência óssea do fêmur ao nível do joelho), causa a dor característica nesta região.
A queixa típica é dor lateral no joelho que se inicia após alguns minutos ou quilômetros de corrida, dificultando sua realização.
Normalmente cessa após repouso podendo durar poucas horas ou dias.
O retorno a corrida desperta novamente a dor que se torna progressivamente mais presente e limitante.
O diagnóstico é clínico, com associação da queixa ao esporte praticado.
Difícil haver sensibilidade à palpação local, diferenciando-a de outras doenças articulares como lesões dos meniscos.
A dor é referida tipicamente acima da articulação ao nível da área do atrito.
Exames de imagem são desnecessários na maioria dos casos.
O tratamento inicial é repouso parcial, sendo o atleta estimulado a realização de atividades que não promovam o atrito e não despertem a dor.
Natação e bicicleta são recomendados e a corrida é permitida, porém, não se pode correr ao ponto de despertar a dor.
Anti-inflamatórios são recomendados por um ciclo semanal.
O gelo após esforço atua como anti-inflamatório tópico.
O alongamento do trato iliotibial é essencial para resolução do problema. Pode ser realizado de forma domiciliar ou com orientação dos colegas fisioterapeutas. Deverão ser diários até melhora completa do sintoma.
Alguns casos não respondem ao tratamento inicial e injeções de cortisona entre o trato iliotibial e o epicôndilo femoral diminui a inflamação local e são necessárias.
Para prevenção desta síndrome algumas dicas são úteis:
- O piso para corrida deverá ser regular, evite inclinação;
- Nas pistas circulares alterne a direção do treino;
- Evite utilização de tênis com desgaste na sola que altere sua pisada;
- Fortaleça os glúteos, abdômen e pelve, isto melhora a biomecânica da corrida evitando a báscula excessiva dos seus quadris;
- Ao final das corridas diminua ritmo progressivamente e alongue cuidadosamente a musculatura.
