Cirurgia Vascular em Maringá
Tenho varizes e vasinhos. Não quero operar. O que fazer?
Durante muito tempo o tratamento das varizes finas e dos vasinhos, que correspondem ao estágio inicial da doença venosa crônica, ficou restrito a cirurgia convencional e escleroterapia simples, popularmente conhecida como aplicação. A escleroterapia consiste na injeção de uma solução que causa irritação na parede interna do vaso, ocasionando posterior desaparecimento da veia lesada. Este processo costuma ser gradual, muitas vezes sendo necessária mais de uma aplicação no mesmo lugar, dependendo do tamanho da veia e da sua comunicação com outras veias. Cada veia pode responder de uma maneira diferente. Algumas ficam mais finas e estreitas, outras logo desaparecem, outras permanecem abertas necessitando de nova aplicação. Outras ainda formam coágulos no seu interior que devem ser drenados durante as próximas sessões para garantir o melhor resultado.
O que acontece é que muitas vezes a doença venosa não é tratada na sua totalidade, respeitando a sua complexidade de formas e apresentações, o que acaba por gerar um sentimento de frustração nos pacientes. A situação mais comum é aquela em que se trata apenas as telangiectasias (vasinhos), sem se preocupar com as veias que as nutrem, as chamadas veias reticulares (veias esverdeadas aparentes sob a pele). Em consequência disto, os resultados se tornam muito pobres. O ideal é que se estude o comportamento da doença venosa de maneira individual e detalhada, uma vez que cada paciente se apresenta de uma forma diferente. Para tanto, além da entrevista médica e do exame físico, existem métodos que podem auxiliar nesta abordagem como, por exemplo, o emprego da realidade aumentada, a ultrassonografia (ecografia) vascular com Doppler, a fotopletismografia, dentre outros.
O aparelho de realidade aumenta da captura a imagem do vaso, digitaliza e a projeta sobre a pele, literalmente mapeando as veias superficiais que estão até 1 cm abaixo da pele. A ultrassonografia vascular com Doppler permite estudar as veias superficiais e profundas e definir quais os segmentos doentes, se há sinais de trombose recente ou antiga, dentre outras aplicações. A fotopletismografia fornece informações da função venosa que a ultrassonografia vascular não é capaz de dar, registrando a força muscular da panturrilha e o tempo de reenchimento venoso. É usada para o diagnóstico das doenças venosas dos membros inferiores e acompanhamento de pacientes candidatos a cirurgia de varizes no pré e pós-operatório.
Como podemos ver, estes métodos auxiliares na maioria vezes fornecem informações que se complementam. Tais dados permitem construir uma visão panorâmica da doença venosa, o que possibilita adequar as várias modalidades de tratamento existentes à necessidade específica do paciente. É o tratamento na medida certa. Hoje, com o avanço das modalidades de escleroterapia, é possível tratar a maioria das telangiectasias (vasinhos) e veias reticulares sem precisar operar o paciente. Este tratamento é considerado minimamente invasivo, uma vez que é feito no próprio consultório do médico, sem a necessidade de anestesia (a dor é mínima), com recuperação imediata e sem afetar as atividades do dia-a-dia do paciente, mantendo-o a sua rotina de estudos e trabalho.
E do que estamos falando? Além da escleroterapia simples com líquidos, atualmente no Brasil podemos contar com a escleroterapia com espuma, a crioescleroterapia, a radiofrequência transdérmica e o laser transdérmica. Muitas vezes combinamos estas técnicas para atingir o melhor resultado. Particularmente, no caso da cirurgia vascular, o uso de equipamentos e acessórios de última geração tem permitido diminuir a indicação da microcirurgia de varizes em até 80 % dos casos de doença venosa em estágio inicial. O fato é que cada vez mais estamos usando a tecnologia a favor dos nossos pacientes.